terça-feira, 11 de outubro de 2016

LIVRO: 101 MARAVILHAS DE DEUS - VOLUME I

Livro que pode ser comprado no clubedeautores.com.br ou no amazon.com

Você também pode ler gratuitamente e fazer download pelo slideshare. 
Livro de domínio público.

Sinopse

Apresento aos meus leitores mais um livro que fala das maravilhas de Deus na natureza. Observando os seres vivos e as leis da física, bem como os elementos químicos posso dizer com certeza que um ser Todo-Poderoso construiu este universo. A hipótese da teoria da evolução deve ser descartada e ridicularizada porque não há a menor probabilidade matemática de tanta perfeição existir por conta de eventos acidentais.
Categorias: CosmologiaCiências Da VidaCiência AmbientalTeologiaCiência 
Palavras-chave: biologia, criacionismo

Características

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Número de páginas: 107

Edição: 1(2016)

ISBN: 978-1539465133

Formato: A5 148x210

Acabamento: Brochura c/ orelha

Tipo de papel: Offset 75g





O discípulo e a oração

Nesse conjunto de artigos, aprenderemos algo do que a Bíblia nos ensina acerca da oração. A falta de conhecimento pode levar a orações inócuas. É preciso orarmos de acordo com o que a Palavra de Deus nos ensina.

Orando em todo o tempo

Nos passos da igreja primitiva

Voltemos ao versículo que tem sido citado em algumas de nossas lições:

"Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações."

Já estudamos, no artigo Vivendo em Comunhão acerca do que significa dedicar-se à comunhão. Também aprendemos, nos estudos relacionados ao Discípulo e a Bíblia, como é importante compreender e viver as verdades da Bíblia, na qual o ensino dos apóstolos se encontra devidamente registrado. Nesta lição e nas duas seguintes, aprenderemos algumas verdades sobre oração.
Quando meditamos acerca da comunhão, enfatizamos que os primeiros cristãos se dedicavam à comunhão. Da mesma forma, eles se dedicavam à oração. A Bíblia não diz que eles se divertiam orando. A prática da oração geralmente não é divertida. Exige concentração, disciplina, fé, abrir mão do convívio familiar e do tempo que poderíamos dedicar ao lazer. Quando chegamos em casa cansados, após uma jornada de trabalho, nosso corpo e nossa mente pedem descanso, televisão, internet, uma boa leitura. Nunca pedem oração. A maior parte de nós não pensa: "mal posso esperar para chegar em casa, tomar um banho e dobrar meus joelhos para orar". Entretanto, precisamos orar, assim como faziam nossos irmãos do primeiro século. Vejamos alguns exemplos: depois que os cristãos oraram, tremeu o lugar onde estavam reunidos e todos ficaram cheios do Espírito Santo (Atos 4:31); enquanto Pedro orava, na casa de Simão, o curtidor, Deus lhe revelou, por meio de uma visão, que os gentios também seriam salvos (Atos 10:9-16); a Igreja orava, na casa de João Marcos, quando Pedro foi milagrosamente liberto da prisão (Atos 12:5-12); na Igreja em Antioquia, os cristãos adoravam a Deus e jejuavam, quando o Espírito Santo chamou Paulo e Barnabé (Atos 13:2-3). Se voltarmos ao velho testamento, também veremos os homens de Deus se dedicando a uma vida de oração. Daniel, por exemplo, se ajoelhava e orava três vezes por dia (Daniel 6:10).
E o que dizer do Senhor Jesus? Inúmeros textos bíblicos nos revelam que Jesus, em certas ocasiões, se afastava dos discípulos e da multidão para orar:

"Tendo despedido a multidão, subiu sozinho a um monte para orar..." (Mateus 14:23)


"Mas Jesus retirava-se para lugares solitários, e orava." (Lucas 5:16)


"Num daqueles dias, Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus." (Lucas 6:12)

O mesmo Jesus ordenou aos discípulos que orassem, para não entrarem em tentação (Lucas 22:40,46). Paulo recomendou à Igreja que orasse sem cessar (I Tessalonissences 5:17). Tiago mandou que os crentes orassem uns pelos outros, para que fossem curados (Tiago 5:16). Paulo também disse:

"Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos." (Efésios 6:18)

No próximo artigo, meditaremos um pouco mais no significado de "com toda oração". Por enquanto, gostaria de compartilhar algo que modificou definitivamente minha maneira de orar.

Nossa postura ao orarmos

Duas grandes barreiras que encontramos para orar são nossa tendência ao legalismo e nossa dependência das emoções. Tratam-se de dois erros que nos perseguem e nos enfraquecem. Se cairmos nessas ciladas de Satanás, nossas orações não produzirão os efeitos que deveriam. Vamos examinar isso mais de perto.

Livres do legalismo

Quando finalmente resolvemos dobrar nossos joelhos para orar, pensamos: "já não leio a Bíblia há vários dias; hoje, xinguei no trânsito e briguei com minha esposa; será que minha oração vai passar do teto?" Sabemos que a Bíblia garante que Deus ouve nossa oração e que se pedirmos com fé iremos receber. Mas não nos consideramos merecedores. Achamos que Deus só fará a parte dEle se nós fizermos a nossa. Como falhamos em fazer nossa parte, Ele também não fará a dEle.
Mas a Bíblia nos ensina algo muito diferente. No dia em que cremos na mensagem de salvação, fomos inseridos em Cristo:

"Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo; em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa." (Efésios 6:12-13)

O fato de estarmos inseridos em Cristo é abundantemente revelado na Bíblia. Ele é a videira e nós os seus ramos (João 15:5-8). Nós fomos batizados (mergulhados) em Cristo (Romanos 6:3). Quando Ele morreu, nós morremos junto. A ressurreição dEle nos trouxe nova vida.

"Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. ... Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida em Deus."(Colossenses 3:1,3)

Nós não fomos inseridos em Cristo porque merecêssemos. Ao contrário, éramos merecedores da ira de Deus. Mas Deus nos amou mesmo assim, e nos proporcionou, em Cristo, a salvação. A única coisa que fizemos foi crer na mensagem da salvação. Agora, preste atenção num fato muito importante: da mesma forma que fomos inseridos em Cristo pela graça, por meio da nossa fé, sem mérito algum, também devemos permanecer em Cristo pela graça, por meio da nossa fé. Permaneceremos em Cristo se, insistentemente, professarmos a nossa fé de que estamos nEle.

"Portanto, assim como vocês receberam Cristo Jesus, o Senhor, continuem a viver nele, enraizados e edificados nele, firmados na fé, como foram ensinados, transbordando de gratidão." (Colossenses 2:6-7)

Portanto, não saímos de Cristo quando praticamos o mal e nem entramos em Cristo quando praticamos o bem. Permanecemos em Cristo quando cremos no que a Bíblia diz, e ela diz que estamos nEle. Quando passamos a confiar em nossas boas obras para permanecermos em Cristo, estamos, na realidade, caindo da graça e nos colocando debaixo de maldição (Gálatas 3:3,10). Se tentarmos permanecer em Cristo pelo esforço próprio, estaremos saindo de Cristo:

"Vocês, que procuram ser justificados pela Lei, separaram-se de Cristo; caíram da graça." (Gálatas 5:4)

Fora de Cristo, não temos como nos livrar do poder do pecado. Já os que permanecem em Cristo, apenas crendo no que a Bíblia diz, são capacitados pelo Espírito Santo para vencerem o pecado e praticarem obras de justiça.
Quando vivemos essa verdade, nosso viver é profundamente alterado, e também a forma como oramos. Permanecemos em Cristo quando lemos a Bíblia, quando dirigimos nosso carro, quando estamos no trabalho, quando dormimos e quando oramos. Firmados em Cristo pela fé nas Escrituras, temos plena confiança para entrar no Santo dos Santos em oração (Hebreus 10:19). Se nossa consciência nos acusar de pecados, basta confessá-los e crer que Deus perdoará (I João 1:8). Deus sempre ouvirá nossa oração, pois Ele não está longe de nós (Salmos 145:18). Nossas obras, boas ou más, não alteram esta verdade!

Livres do "emocionalismo"

É maravilhoso sentir a presença de Deus. É tremendo quando falamos e ouvimos sua resposta imediata, dialogando como se falássemos com outra pessoa qualquer. Mas isso nem sempre ocorre. Há ocasiões em que oramos, oramos, oramos, mas não sentimos nada! Nenhum arrepio, nenhum vento, nenhuma convicção interior de que Deus recebeu nossa oração. Ainda por cima, não vemos acontecer aquilo que pedimos. Então, temos a tendência de desistir de orar, simplesmente porque não conseguimos sentir Deus!
O fato é que quando estamos naquela reunião "do fogo", tomados pelo Espírito Santo, tendo visões do céu, nós não estamos nem um milímetro mais perto de Deus do que quando estamos dentro de nosso carro, parados num terrível engarrafamento. Seja na reunião, seja no trânsito, estamos em Cristo. Creiamos nisso! Deus deseja que o seu povo ande por fé e não pelos sentidos.

"Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele." (Hebreus 10:38)

Não estamos, de maneira nenhuma, tentando diminuir a importâncias dos "contatos imediatos" que temos com Deus. Quem nunca teve, provavelmente os está bloqueando, por medo ou por incredulidade, e isso é péssimo para a vida cristã. A Bíblia está repleta de exemplos de como os servos de Deus o sentiram e com Ele interagiram em visões e arrebatamentos: Moisés no monte Sinai, Elias no monte Horebe, a Igreja no dia de Pentecostes, Paulo arrebatado ao terceiro céu, João na Ilha de Patmos. Tais experiências são maravilhosas e muito importantes para nos firmarem na fé. Quando atravessamos desertos em nossas vidas, as lembranças delas nos dão alento e nos ajudam a perseverarmos na fé. É por isso que Deus nas concede abundantemente, de acordo com sua boa vontade.
O que pretendemos mostrar é que não dependemos de tais experiências para fazer a vontade de Deus, mas sim da fé na Palavra. Por que será que Deus quis que fosse assim? Vou arriscar uma explicação. Imagine um piloto conduzindo um avião à noite, num dia chuvoso. Quem já voou à noite sabe: quando olhamos pela janela do avião, não conseguimos ter a menor idéia de onde estamos. Portanto, é absolutamente impossível chegar ao destino apenas olhando pela janela. Como então o piloto consegue sair de Brasília e chegar ao Rio de Janeiro, bem no meio da madrugada? Confiando nos instrumentos do avião: bússola, GPS etc. Da mesma maneira, Deus sabe que nós nunca poderíamos "voar" no mundo espiritual sem bússola. Nossas sensações são enganosas. Satanás poderia ludibriar nossos sentidos facilmente. Lembrem-se de que ele se desfarça até em anjo de luz (II Coríntios 11:4), e que é o pai da mentira (João 8:44). Mas quando olhamos para os "instrumentos" (a Bíblia), torna-se fácil voar sem errar.

Conclusão

Livres das prisões do legalismo e do "emocionalismo", nossas orações serão muito mais freqüentes e eficazes. Permaneçamos em Cristo, pela fé na Palavra. Se estamos constantemente nEle, podemos orar em todo o tempo, independentemente das circunstâncias. No próximo artigo, aprenderemos mais sobre os diferentes tipos de oração que devemos praticar.

Orando de acordo com a Palavra

Em nosso artigo Conhecendo algumas verdades bíblicas, aprendemos que estamos sujeitos à influência de princípios e leis espirituais, que nos são informados nas Escrituras Sagradas. Também vimos que tais princípios nos afetam sempre, mesmo que não os conheçamos. Pois bem, a Bíblia nos ensina alguns princípios relacionados à oração. A diferença entre a oração respondida e a não-respondida pode estar em conhecer ou não esses princípios.
Vamos voltar a um versículo que mencionamos na última lição:

"Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos." (Efésios 6:18)

A expressão "com toda oração" nos leva a entender que existem tipos diferentes de oração. Essa percepção é reforçada em I Timóteo 2:1-3:

"Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade. Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador, ..." (I Timóteo 2:1-3)

A Bíblia não apresente uma relação fechada desses tipos de oração e, por isso mesmo, a classificação que vamos propor não deve ser entendida como única, imutável. Outros autores podem propor uma lista um pouco diferente. Mas, o importante é notarmos que os servos de Deus não oravam sempre da mesma forma. Ao contrário, em cada circunstância oravam de uma maneira diferente, com uma postura diferente. Com isso em mente, vamos pesquisar o que a Palavra nos revela sobre isso.
Há orações cujo alvo somos nós mesmos. Há outras cujo alvo é nosso próximo. E há outras que têm Deus como alvo. Nesta lição, trataremos das duas primeiras situações, deixando a terceira para a próxima lição.

Quando nós somos o alvo

Há certas orações que fazemos acerca de nós mesmos. São elas: a petição ou súplica, a consagração ou dedicação e a entrega.

Petição ou súplica

Trata-se de um pedido formal a um poder maior. É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Ou seja, simplesmente pedimos a Deus que Ele cumpra aquilo que já sabemos ser a sua vontade! Por exemplo: suponha que estejamos passando por uma enfermidade, e temos vontade de pedir a Deus a nossa cura. Então, pensamos: "será que Deus quer nos curar"? Eis o que devemos fazer:
  1. Procurar se a vontade de Deus é revelada na Palavra. Após meditarmos nas Escrituras, descobrimos que Jesus levou sobre si as nossas enfermidades, e que pelas suas feridas nós fomos curados (I Pedro 2:24). Portanto, é SIM vontade de Deus nos curar;
  2. Conhecendo previamente a vontade de Deus, comparecemos diante dEle, já que temos pleno acesso em Cristo, e dizemos algo parecido com isso: "Senhor, eu sei que Tu velas pela Tua Palavra para cumpri-la. Veja Senhor, aqui em I Pedro 2:24 está escrito que pelas feridas de Cristo eu fui sarado. Então, peço-te que cumpra a Tua Palavra! Cura-me desse mal."
Esse tipo de oração é totalmente baseado nas promessas de Deus, reveladas nas Escrituras. Não se trata de fazer Deus concordar com o seu desejo, mas de descobrir o desejo de Deus e orar para que ele se realize. Quando não sabemos a vontade de Deus acerca de algo, também podemos pedir; mas teremos dificuldade em crer que obteremos o que pedirmos. Mas quando já sabemos a Sua vontade, é muito diferente: não há motivo para duvidar. Então, devemos nos agarrar com todas as forças às promessas de Deus e pedir com confiança, certos de que receberemos.

"Portanto, eu lhes digo: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá." (Marcos 11:24)

Mas alguém poderia perguntar: a oração de petição pode não ser atendida? A Palavra nos diz que sim, quando pedimos algo que está em desacordo com a vontade de Deus.

"Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres." (Tiago 4:3)

As Escrituras também nos revelam um outro exemplo muito instrutivo. Por três vezes o apóstolo Paulo pediu que Deus o livrasse de algo que ele chamou de "um espinho na carne"\footnote{O próprio Paulo explicou tratar-se de um mensageiro de Satanás que o atormentava (II Coríntios 12:7). Há quem prefira acreditar que era uma enfermidade.}. Deus disse que não iria livrá-lo. Será que Paulo pediu mal, para gastar em seus prazeres? Será que seu pedido era afrontava as Escrituras? Será que pediu sem fé? Certamente que não! Simplesmente, ele pediu algo que era contrário à vontade específica de Deus para ele. Por isso, Deus não apenas negou o seu pedido, mas lhe explicou o motivo de tê-lo negado. Então, o apóstolo se rendeu à vontade do Pai, embora fosse diferente da sua.
A experiência do apóstolo Paulo não deve esvaziar a nossa fé, mas aumentá-la. Compareceremos à sala do trono com a Bíblia aberta e pediremos a Deus que cumpra Sua Palavra, com a certeza de que Ele nos atenderá, exatamente como Paulo fez. Se, por acaso, Deus se opuser ao que pedirmos, ele nos explicará o motivo. Nesses casos, que são exceção e não regra, nos renderemos à sua vontade. Nossa oração depetição se transformará numa de consagração.

Consagração ou dedicação

Há ocasiões em que não sabemos a vontade de Deus acerca de algum assunto ou circunstância. Então, esperamos que ela nos seja revelada, numa atitude de rendição, busca e submissão. Quando a direção finalmente vem, obedecemos. Nos casos em que nossa vontade conflitar com a de Deus, teremos que abrir mão da nossa. Esse é o tipo de oração que Jesus fez no Getsêmane:

"E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres." (Marcos 14:36)

Essa oração é muito diferente de uma petição. Jesus não estava, realmente, pedindo que o Pai o livrasse da cruz. Estava se submetendo à vontade do Pai, embora isso lhe fosse doloroso.

Entrega ou descanso

Muitas vezes nos deparamos com situações que nos inquietam sobremaneira. Há problemas que são maiores do que nós e que, por mais que nos esforçemos, simplesmente não conseguiremos resolver. Nestes casos, o que devemos fazer? Transferir esses problemas para quem tem condições de resolvê-lo. Devemos sempre lançar os pesados fardos a quem tem condições de carregar:

"Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós." (I Pedro 5:7)

Eis o que gosto de fazer quando me deparo com problemas desse tipo: estendo minhas mãos, como se estivesse com os problemas nas suas palmas. Em seguida, descrevo-os detalhadamente a Deus. Ao final, digo: "Deus, como bem podes ver, esses problemas são grandes demais para mim. Então, os estou lançando para Ti!" Nesse instante, fecho as mãos e arremeço, simbolicamente, em direção ao céu. Pronto. Agora, os problemas não são mais meus e não permito que voltem a povoar minha mente.
Deus se agrada quando os seus servos descansam nEle, depositando toda a sua confiança na Palavra de Deus. A oração de entrega certamente livraria muitos crentes de úlceras, pressão alta, insônias, gastrites, enxaquecas e outros males que os afligem. Não permitamos que a ansiedade e as preocupações destruam nossa vida física e espiritual. Descansemos no Senhor (Salmo 37:4-5).

Quando o próximo é o alvo

Intercessão

Nesse tipo de oração, nos dirigimos a Deus como um advogado, a levar a causa de outra pessoa. Nos colocamos no lugar de outro e pleiteamos a sua causa como se fosse nossa. Como lemos no \hyperref[chap:10]{início} desta lição, precisamos estar atentos e perseverar na oração por todos os santos (Efésios 6:18).
A Bíblia nos mostra vários exemplos maravilhosos desse tipo de oração. Gostaria de citar dois muito especiais: Moisés intercedendo pelo povo de Israel, para que Deus não o destruísse (Êxodo 32:9-14); Abraão intercedendo por Sodoma e Gomorra, para que Deus não destruísse os justos com os injustos (Gênesis 18:20-33). Note que esses homens não apenas pediram o livramento, mas também argumentaram com o Senhor, convencendo-o a mudar a sorte daqueles por quem intercediam. Deus procura verdadeiros intercessores que se coloquem entre Ele e os povos da Terra (Ezequiel 22:30-31).
É curioso notar que até o cumprimento de certas profecias depende de intercessão. Quando Israel foi levado cativo à Babilônia, Jeremias profetizou que o cativeiro duraria 70 anos. E o que ocorreu após esse período? Israel voltou automaticamente? Não! Primeiro Deus levantou Daniel para interceder em favor de Israel, pelo fim do cativeiro. Só então, ele terminou.
Muitas vezes, o próprio Deus lança sobre alguns de seus servos um peso sobrenatural de intercessão por pessoas, igrejas, cidades etc. Então, as pessoas que recebem essa incumbência se põem a orar fervorosamente e milagres acontecem. As histórias dos reavivamentos recentes descrevem esse tipo de ocorrência. Peçamos a Deus que levante intercessores em sua casa e que derrame do seu imenso amor em nosso meio. Somente o amor de Deus pode nos levar a pagar o preço de oração pelos nossos irmãos. E esse tipo de oração é fundamental para o crescimento da Igreja.

Questões para meditar

  1. O que você acha de fazer uma oração de petição e, ao final, dizer a Deus: "entretanto, não se faça a minha vontade mas a Tua."?
  2. O texto de Mateus 6:25-34 nos inspira a fazer que tipo de oração?
  3. Se você precisa receber uma bênção específica, compartilhe com o seu Grupo de Vida. Talvez exista uma promessa de Deus acerca dela, na Bíblia, que lhe sirva de base para uma oração de petição.
  4. De que maneira poderíamos fazer para que os membros do Grupo de Vida orassem uns pelos outros, todos os dias?

Orações cujo assunto é o Senhor

Já compreendemos que há orações cujo assunto somos nós mesmos e orações cujo assunto são outras pessoas. Você ainda se lembra delas? Tem-nas praticado? Pois bem; agora nos dedicaremos aos tipos de oração cujo alvo é o Senhor. Nestes tipos de oração, nós não pedimos nada, nem por nós nem pelos outros, mas apenas agradecemos a Deus pelo que Ele nos tem feito, exaltâmo-lo por suas grandes obras e o adoramos.
Para muitos cristãos, as orações desse tipo são as menos freqüentes. Houve uma ocasião, no nosso Grupo de Vida, em que eu pedi que cada um orasse a Deus, mas sem pedir nada; cada qual deveria dirigir uma oração de louvor, gratidão ou adoração ao Pai. Infelizmente, muitos não conseguiram e logo começaram a pedir. Alguns simplesmente não conseguiram orar! Se a boca fala do que está cheio o coração (Lucas 6:45), dá para notar que muitos irmãos estão cheios de ansiedades e mais preocupados em resolver seus problemas do que em alegrar o coração de Deus. Não devemos ser assim.
As Escrituras nos revelam que todos os cristãos verdadeiros são sacerdotes (Apocalipse 1:6). Mas o que os sacerdotes fazem? O Velho Testamento nos ensina que um dos trabalhos principais dos sacerdotes era dar presentes continuamente a Deus. Esses presentes eram os sacrifícios, de origem animal ou vegetal. Na verdade, as coisas do Velho Testamento eram sombra das coisas que foram reveladas no Novo Testamento. Nosso serviço, como sacerdotes, também é oferecer presentes a Deus, continuamente. Não mais sacrifícios de origem animal ou vegetal, mas sacrifícios de louvor, que são "o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13:15).

Ações de graças

Esse é o tipo de oração em que agradecemos a Deus pelo que ele tem feito em nossa própria vida.

"Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos." 
(Colossenses 3:15)

"Dêem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus." 
(I Tessalonicenses 5:18)
A recomendação de Paulo é bastante clara: Deus quer que sejamos pessoas agradecidas, em qualquer circunstância. Não importa o tamanho dos problemas que nos cerquem, sempre haverá incontáveis motivos para dar graças ao Senhor por todas as bênçãos que nos tem concedido. Nossa tendência, ao "atravessarmos desertos" é de nos esquecermos delas. Talvez por isso Davi tenha dito:

"Bendiga o Senhor a minha alma! Bendiga o Senhor todo o meu ser. Bendiga o Senhor a minha alma! Não esqueça nenhuma de suas bênçãos." 
(Salmos 103:1-2)

Louvor

Para alguns, a expressão "louvor" é sinônimo de "música evangélica". Mas não é isso. Louvor é o tipo de oração, que pode ser cantada ou não, em que exaltamos ao Senhor por todas as maravilhas que Ele tem feito, não só para conosco, mas para com todo o mundo. Engrandecêmo-lo por ser aquele que criou o universo; que faz o sol nascer sobre justos e injustos; que perdoa os pecados dos homens e cura as suas doenças; que enche de bens a nossa existência, de modo que nossa juventude se renova como a águia; que faz justiça e defende a causa dos oprimidos; que nos guia mansamente às águas tranqüilas e refrigera a nossa alma... E se acabar a inspiração para louvar a Deus, é só abrir a Bíblia em algum salmo e começar a lê-lo ou cantá-lo. E você também pode fazer seus próprios salmos:

"Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito, falando entre si com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor, dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo."
 (Efésios 5:18-20)
A oração de louvor, além de ser nosso ofício sacerdotal, também é uma arma poderosa que Deus colocou nas mãos do seu povo. Muitas lutas espirituais são vencidas quando começamos a louvar a Deus. Quando nosso louvor chega ao coração do Senhor, Ele nos responde com seu poder, nos enche do seu Espírito e nos liberta dos nossos inimigos. Há muitas passagens bíblicas que nos mostram isso. Como são um pouco longas, não é preciso ler todas na reunião do Grupo de Vida. Mas todos devem ler em casa: II Crônicas 20:1-30; II Crônicas 5:13-14 e Atos 16:22-26.

Adoração

Uma primeira definição para "adoração", bastante neutra e fria, poderia ser esta: adoração nada mais é do que o ato de prestar culto a alguma divindade. De forma geral, cada religião estabelece liturgias específicas de adoração a seu deus ou deuses. No Velho Testamento, o nosso Deus ensinou ao seu povo como deveria adorá-lo. Nos dias de Cristo, os judeus ainda praticavam essa forma de adoração descrita no Velho Testamento. No Novo Testamento, Jesus não apenas inaugurou uma nova forma de adoração, mas também declarou que Deus procura homens que o adorem dessa nova maneira:

"Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém... No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." 
(João 4:21,23,24)
A Bíblia não nos dá uma definição do que seja adoração. Mas as palavras hebraica e grega traduzidas por "adoração" nos revelam algo. A palavra hebraica mais comumente traduzida como "adoração" éshachah (a pronúncia é parecida com sharrá) e significa prostrar-se em homenagem à realeza ou a Deus, curvar-se, abaixar-se, humilhar-se, reverenciar. No grego, a palavra mais comum é proskeneo, que significa beijar a mão com admiração, beijar os pés em homenagem.
Portanto, para nós

"Adorar é amar a Deus; é a resposta do meu amor ao amor Divino. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro. O amor com que O amamos não é nosso. Ele mesmo, pelo Espírito Santo, derramou o Seu amor em nossos corações e é com esse amor, que dEle procede, que O amamos (Rm. 5:5)

A adoração é uma resposta do meu espírito a um mover de amor do Espírito Santo dentro de mim, e que me leva para o Pai. Não há adoração verdadeira sem o auxílio do Espírito Santo.
A Bíblia não define adoração, porque o amor não se define...
A adoração é o clímax do nosso relacionamento com Deus; é o ponto mais alto; é o contato do nosso espírito com Deus, por intermédio do Seu Espírito que em nós habita." (Extraído do livro Tipos de Oração - Escola de Oração, vol. 2, de Valnice Milhomens Coelho. São Paulo: Palavra da Fé Produções, 1993, pág. 54).

Onde adorar?

Voltamos à pergunta da mulher samaritana. A resposta que eu gosto é: no céu! É lá, na sala do trono descrita em Apocalipse 4 e 5, que ocorre a verdadeira adoração a Deus. Portanto, é lá que devemos adorar em espírito e em verdade. Mas como chegar lá? Pela fé, como sempre. Basta crer nisso:

"Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo. Chegaram aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, à igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens, aos espíritos dos justos aperfeiçoados, a Jesus, mediador de uma nova aliança, e ao sangue aspergido, que fala melhor que o de Abel."
 (Hebreus 12:22-24a)
Portanto, na sala do trono estão: Deus, os quatro seres viventes, os vinte e quatro anciãos, multidões de anjos, Jesus, eu e você. Nós chegamos lá. Fazemos parte dessa maravilhosa assembléia. Aleluia! Freqüentemente, quando adoramos a Deus com essa intensidade, somos tomados pela consciência da Sua santidade e da Sua presença, que nos envolve de modo singular.

Atitudes de adoração

Existe uma bela passagem bíblica que nos mostra as atitudes de uma adoradora:

"Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma 'pecadora', trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume."
 (Lucas 7:37-38)
Em nossa adoração, devemos imitar as seguintes atitudes dessa mulher:
Quebrantamento:
a mulher está chorando. Quando nos quebrantamos diante de Deus, reconhecendo o contraste entre sua imensidão e nossa pequenês, nosso ser inteiro se derrama diante do Pai e experimenta um nível mais profundo de comunhão com Ele.
Humildade:
ela não se preocupou em ser recriminada pelos que observavam sua adoração, mas extravasou o seu amor diante daquele que era a única esperança para o seu sofrido e cansado coração.
Amor:
o próprio Jesus declarou que "ela muito amou" (Lucas 7:47).
Doação:
as pessoas pobres da época economizavam o que tinham guardando perfumes caros. A mulher derramou aos pés de Jesus. Além de expressar suas emoções, ela também deu uma evidência tangível do seu amor.
Como se nota, o ato da adoração só pode ser praticado por um coração que realmente ama a Deus e que dEle se aproxima com o objetivo de presenteá-lo, de lhe alegrar o coração, de arrancar um sorriso de seus lábios. Mas o adorador só consegue isso se sua vida inteira alegrar o coração do Pai. Simples palavras não bastam. Por isso é que se diz que "adoração é um modo de viver". Deus procura a tais que assim o adorem.
Com que freqüência temos praticado esse tipo de oração? Sejamos, acima de tudo, adoradores. O Pai deseja receber o nosso amor, e não apenas nossos pedidos.